Com o propósito de acertar suas diferenças, as ferramentas de uma
marcenaria fizeram uma assembléia. Foi, basicamente, uma reunião
para ouvir as observações de seus companheiros de trabalho.
O martelo estava exercendo a presidência, mas os companheiros
exigiram que ele renunciasse. Os argumentos foram: fazia demasiado
barulho e, além do mais, passava todo tempo golpeando os objetos.
O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que não fosse nomeado o
parafuso, alegando que ele fazia muitas voltas para atingir seus
objetivos.
Diante da colocação do martelo, o parafuso concordou, mas por sua
vez pediu que não indicasse a lixa para a presidência, pois ela era
muito áspera no tratamento com os demais, gerando muitos atritos.
A lixa acatou, com a condição de que não se nomeasse o metro,
que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse
o único perfeito.
Neste momento, entrou o marceneiro, juntou todas as ferramentas
e iniciou o seu trabalho.
Utilizou o martelo, a lixa o metro, o parafuso... E a rústica madeira
se converteu em belos móveis.
Quando o marceneiro foi embora, as ferramentas voltaram à
discussão. Mas o serrote adiantou-se e disse:
— Prezados companheiros, ficou demonstrado que temos defeitos,
mas o marceneiro trabalhou com nossas qualidades, ressaltando
nossos pontos valiosos... Portanto, em vez de pensarmos em nossas
fraquezas, devemos nos concentrar em nossos pontos fortes.
Então a assembléia entendeu que:
• o martelo era forte;
• o parafuso unia e dava força;
• a lixa era especial para limpar e afinar asperezas;
• o metro era preciso e exato.
Sentiram-se como uma equipe, capaz de produzir com qualidade
todos os móveis, e perceberam que respeito, aceitação e
acolhimento das diferenças são elementos indispensáveis para o
trabalho em equipe (...).
Fonte: (Extraído do texto de RAMOS, Paulo. Educação Inclusiva: histórias que
(des)encantam a educação. Blumenau-SC: Odorizzi. 2008, 57-580)