A noite está próxima, feras estão por perto, e a fogueira de nosso
acampamento pode se apagar. Mas se nós concordarmos em dividir a vigília
noturna, poderemos conservar nossas forças.
Amanhã, nosso caminho será longo e podemos ficar exaustos.
Caminhemos juntos. Nós teremos alegria e festa.
Eu te cantarei a canção que tua mãe, esposa e irmã cantavam. Tu me contarás a
lenda de teu pai sobre o herói e o feito. Que o nosso caminho seja comum.
Tem cuidado para não pisares em um escorpião, e previne-me sobre quaisquer
víboras.
Lembra-te, nós devemos chegar a uma certa aldeia nas montanhas.
Viajante, sê meu amigo.
Nós estamos dissipando superstição, ignorância e medo. Nós estamos forjando
coragem, vontade e conhecimento.
Todo esforço no rumo da iluminação é bem-vindo. Todo preconceito provocado
pela ignorância é desmascarado.
Tu que trabalhas, não vivem em tua consciência as raízes da cooperação e da
comunidade?
Se esta chama já iluminou teu cérebro, assimila os símbolos do Ensino de nossas
montanhas.
Tu que trabalhas, não te fatigues procurando adivinhar o significado de certas
expressões. Cada linha é a mais alta medida de simplicidade.
Saudações aos que trabalham e buscam!
(Extraído de: Comunidade, 1926. Trad. Fundação Cultural Avatar. Niterói, RJ, 1977)