Chegou o dia em que decidi que precisava sumir...
Não uso um talvez porque não é questão de talvez, uma vez ou outra você precisa sumir de tudo, dedicar um tempo pra você, ouvir uma boa música e pensar nas bobeiras do cotidiano. Avaliar a vida, quebrar alguns recordes, mudar.
Não é tristeza, não é mágoa, não é nada. É a vontade de saber que se depois de tanto tempo sendo útil, sendo ombro, sendo vinte e quatro horas, alguém sentiria a minha falta.
Eu não queria me despedir, nem dizer adeus, eu só queria sumir.
É raro não ouvir alguém dizer o mesmo toda vez que a chuva vem, que a vida cobra demais, sempre que a gente tem muito tudo e pouca paz.
Nem que seja por um tempo, e esse tempo seja menos que um dia, vez em quando a gente precisa sumir.
Desaparecer rápido, como um apagão, como num puxão de um band-aid.
Grandes coisas eu só consegui compreender sozinho.
Sem muitas opiniões, sem muitas divergências, apenas um lugar pro coração sossegar e conversar. Ter lâmpadas para te guiar é ótimo, mas devemos ser a principal fonte de luz em todas as ocasiões.
Se isolar não irá fazer as contas sumirem, nem os problemas. Sei que quando voltar, a realidade vai estar me esperando com um grande balde de água fria às sete da manhã, mas tenho certeza que até lá, os meus pensamentos ja terão tido o seu próprio tempo para fazer as pazes e continuar.
Chega o dia em que até o corpo pede pra levar a alma pra lavar, nem que seja só por uma noite, e nessas horas que eu tenho certeza, que vez em quando a gente precisa é sumir.
- Daniel Duarte
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